terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

TEXTOS: Como Pep se tornou Guardiola - mais textos em: Estado de Jogo - by Rodrigo Leitão


Como Pep se tornou Guardiola - PARTE 5

Publicado no Jornal Folha de São Paulo no caderno Ilustríssima (de 12 de fevereiro) - (no blog reproduziremos a matéria na íntegra, em 5 partes)


ALEXANDRE GONZALEZ 
TRADUÇÃO SOPHIE BERNARD
ILUSTRAÇÃO MARCELO COMPARINI



JOGO BONITO
Pep voltou à Espanha está seguro de si como nunca. Dias depois de deixar a Argentina, em 22 de outubro de 2006, declarou ao jornal “Marca”: “Por que não poderíamos ter treinadores que defendam o jogo bonito? Converso com muitos treinadores: ‘Como é esse jogador? Como faz aquele?’. Mas não tem receita. No futebol, ganha-se com estilos muito diferentes. Precisamos fazer as coisas como as sentimos. É a partir da bola que se constrói um time.”

TEXTOS: Como Pep se tornou Guardiola - mais textos em: Estado de Jogo - by Rodrigo Leitão


Como Pep se tornou Guardiola - PARTE 4

Publicado no Jornal Folha de São Paulo no caderno Ilustríssima (de 12 de fevereiro) - (no blog reproduziremos a matéria na íntegra, em 5 partes)


ALEXANDRE GONZALEZ 
TRADUÇÃO SOPHIE BERNARD
ILUSTRAÇÃO MARCELO COMPARINI



EREMITA
Maximo Paz, província de Santa Fe. Josep Guardiola marcou um encontro com o eremita do futebol argentino, “el loco” Marcelo Bielsa. Então afastado do futebol desde 2004, Bielsa vivia confinado em casa, sem dar sinais de vida.
Guardiola conseguiu o encontro graças a Lorenzo Buenaventura, seu treinador pessoal quando jogava na Itália e ex-adjunto de Luis Bonini, o braço direito de Bielsa. Hoje, Buenaventura é o preparador físico do Barcelona. A fascinação de Guardiola por Bielsa data da Copa do Mundo asiática de 2002, quando “el loco” treinava a seleção argentina.

TEXTOS: Como Pep se tornou Guardiola - mais textos em: Estado de Jogo - by Rodrigo Leitão


Como Pep se tornou Guardiola - PARTE 3

Publicado no Jornal Folha de São Paulo no caderno Ilustríssima (de 12 de fevereiro) - (no blog reproduziremos a matéria na íntegra, em 5 partes)


ALEXANDRE GONZALEZ 
TRADUÇÃO SOPHIE BERNARD
ILUSTRAÇÃO MARCELO COMPARINI



ARGENTINA
Na capital argentina, Pep deixou sua bagagem num hotel do bairro de Palermo. A primeira visita que fez não foi a um treinador, mas a um nerd louro, um Mark Zuckerberg argentino, de cabelo comprido. Matias Manna é o criador do blog Paradigma Guardiola (paradigmaguardiola.blogspot.com). Ele analisa, com vídeos, pausas e reflexões perspicazes, o futebol de Pep.
“Desde 2005, vou decifrando a maneira de pensar e as convicções futebolísticas de Guardiola”, diz Manna. Ele conta como começou sua amizade com o atual treinador do Barcelona: “Eu o contatei por e-mail e ele respondeu. Sempre se mostrou aberto. Um dia, disse que estava vindo à Argentina e propôs um encontro. Passamos um dia juntos. Falamos muito de futebol.

TEXTOS: Como Pep se tornou Guardiola - mais textos em: Estado de Jogo - by Rodrigo Leitão


Como Pep se tornou Guardiola - PARTE 2

Publicado no Jornal Folha de São Paulo no caderno Ilustríssima (de 12 de fevereiro) - (no blog reproduziremos a matéria na íntegra, em 5 partes)


ALEXANDRE GONZALEZ 
TRADUÇÃO SOPHIE BERNARD
ILUSTRAÇÃO MARCELO COMPARINI



LA VOLPE
Obsessivo e perfeccionista, Pep lista os técnicos com quem os quais gostaria de conversar. O primeiro é um argentino de bigode ameaçador, desconhecido na Europa, Ricardo La Volpe.
Na Copa do Mundo de 2006, Guardiola escreveu no jornal “El País”, e suas análises dos jogos e reflexões sobre futebol deixaram muita gente desconcertada. Só uma seleção agrada ao catalão. Não é a Alemanha de Jürgen Klinsmann, nem a Itália de Marcello Lippi, mas o México de La Volpe.
Ele escreveu: “Johan Cruyff dizia: o mais importante no futebol é que os melhores jogadores sejam os zagueiros. Se você sai com a bola, consegue jogar; se não, não faz nada. Johan diz que a bola equilibra um time. Se perde a bola, o time se desequilibra; se perde pouco, consegue manter o equilíbrio. La Volpe decidiu que sua defesa saísse jogando, e não que começasse jogando, o que é diferente.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

TEXTOS: Como Pep se tornou Guardiola - mais textos em: Estado de Jogo - by Rodrigo Leitão

Como Pep se tornou Guardiola - PARTE 1

Publicado no Jornal Folha de São Paulo no caderno Ilustríssima (de 12 de fevereiro) - (no blog reproduziremos a matéria na íntegra, em 5 partes)


ALEXANDRE GONZALEZ 
TRADUÇÃO SOPHIE BERNARD
ILUSTRAÇÃO MARCELO COMPARINI


RESUMO

Símbolo do Barcelona por uma década, Josep Guardiola pendurou as chuteiras em 2006 com o projeto de ser treinador. Ao contrário da maioria dos ex-jogadores que trilham esse caminho, foi estudar e buscar as lições de seus mentores. Propondo um futebol mais de razão que de resultados, Pep já conquistou 13 dos 16 títulos que disputou como técnico do Barça.


“Meu pai diz que preciso me reconverter. Pergunta o que quero fazer da vida. Não sei o que dizer; talvez que não vá fazer nada. Mas ele insiste, quer que eu me mexa, para não passar a imagem de preguiçoso. Mas, pai, talvez eu não faça nada mesmo da vida…”
Em 2 de agosto de 2006, Josep Guardiola deu uma de suas últimas entrevistas. Poucas semanas antes, ainda jogava no desconhecido Dorados de Sinaloa, time mexicano cujo nome soa mais como uma franquia de beisebol de segunda divisão do que como um clube de futebol profissional.
O fim de carreira do meia catalão não foi à sua altura e, em suas palavras, sua reconversão também não parece lá muito bem encaminhada. Mas, atrás do discurso depressivo, o que Guardiola não diz é que passou o verão em Madri. E que sabe exatamente para onde vai.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Head Coach FCB - by Rodrigo Azevedo Leitão



A história tática do dia que enfrentei o FC Barcelona

texto do professor Dr. Rodrigo Azevedo Leitão publicado originalmente na Universidade do Futebol (Janeiro/2011) 

Confira detalhes sobre estruturação do espaço no campo de jogo contra a equipe sub-17 do clube catalão

Faz algumas semanas, escrevi um texto sobre com vencer a equipe do FC Barcelona.
Alguns dias depois tive oportunidade de ficar sete dias em contato com a comissão técnica da equipe sub-17 catalã. Muitas informações importantes foram colhidas e trocadas.
O mais interessante, no entanto, veio ao final desses sete dias (em um sábado). Em decorrência do chaveamento do torneio que participava com minha equipe juvenil, enfrentaria justamente o FC Barcelona.
No dia anterior ao jogo recebi alguns e-mails lembrando-me do texto que havia publicado sobre como vencer o time espanhol – e que não poderia haver outro resultado (para manutenção da minha credibilidade) que não fosse minha vitória.
Obviamente que quando escrevi o texto, me referia ao primeiro time do FC Barcelona.
Porém, em função do processo de formação de atletas e equipes da “máquina” catalã (muito bem estruturado, vale salientar), desde cedo, o Modelo de Jogo dos profissionais é trabalhado e desenvolvido nas categorias de base, buscando constantemente ajustes que levem o processo para a excelência.
Então, não haveria desculpas plausíveis. Era a vitória ou “nada”.
Pois bem, jogamos e minha equipe venceu por 4 a 0 (e ainda teve o quinto gol anulado no final do jogo). Isso faz quase um mês, e desde então venho recebendo mensagens de leitores pedindo para contar a “história tática” do jogo. Como ela é muito longa, resolvi, contar um pequeno pedaço (pedaço fractal) dela.
Vou falar um pouco de algumas pequenas questões referentes a estruturação do espaço de jogo. Como já mencionei outrora, o FC Barcelona tem algumas características muito presentes em sua identidade.

Head Coach FCB - by Rodrigo Azevedo Leitão


Chelsea vs Barcelona, o 2º confronto: a beleza do jogo, a ingenuidade de Nuno Amieiro e a minha.

texto do professor Dr. Rodrigo Azevedo Leitão publicado originalmente na Universidade do Futebol (Maio/2009) 

O futebol é Arte e Ciência. Uma Arte que, abstrata, é bela de maneira diferente a cada olhar que a penetra. Uma Ciência que não é exata, porque nem toda Ciência é exata – e nem por isso deixa de ser Ciência.
Como diria o professor Alcides Scaglia (aqui espero não ser traído pela minha memória para poder ser exato e fiel a sua fala) para apreciar o futebol de hoje não podemos observá-lo com os mesmos olhos e pressupostos de ontem; para entender sua beleza precisamos avançar a novos paradigmas.
Olhar o jogo de futebol como fenômeno complexo não é trivial. Insistentemente grandes partidas e circunstâncias do jogo são analisadas sob a perspectiva dos óculos do ontem, que contribuem muito pouco para o entendimento da complexidade do jogo do hoje.
Para avançar a essa discussão e compartilhar um pensamento, aqui nesse ponto, passarei a falar do segundo jogo entre as equipes do Chelsea FC e do FC Barcelona, válido por uma das semi-finais da UEFA Champions League 08/09 (dando sequência então a uma idéia que iniciei no texto anterior a esse).
Antes, lembro que a primeira partida entre as duas equipes (na Espanha – e que terminou em zero a zero) foi motivo para diversas ondas de comentários. Algumas criticando o comportamento tático da equipe inglesa, desenhando-o como covarde, feio, o anti-futebol.
Jorge Valdano expôs o seguinte no jornal “A Bola” (de 2 de maio):
Foi surpreendente a quantidade de opiniões favoráveis que teve a estratégia do Chelsea: com perseguições individuais, centrocampistas de grandíssimo nível que não pisaram a área contrária, interrupções frequentes para interromper o ritmo do Barcelona... O negócio saiu-lhes redondo porque encontraram o 0-0 que procuravam. Só por isso, para certa crítica, já obtiveram a patente de equipa inteligente. O que me parece incrível é a pouca generosidade que temos para com as equipas que assumem o risco, o jogo, futebol grande. Só ganham o elogio quando ganham o jogo. Ao invés, os espectadores aplaudem os empates ainda que seja à custa de varrer o espetáculo”.